Notas de José Neves Júnior sobre temas de História.
Iniciamos o blogue com os Sumários de História da Civilização.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A Civilização grega : a família ateniense, a educação, os costumes

III –- A Civilização Grega

C – No período ateniense


A família ateniense, a educação, os costumes 

a) a família

- A velha família já tinha desaparecido, mas a religião continuava a unir os membros da família restrita, pois cada família tinha seus deuses domésticos. Em cada família praticava-se o culto dos antepassados e o culto do fogo sagrado (no centro da sala principal).
A família deveria perpetuar-se ; o casamento era um dever. O pai era o sacerdote de essa  família e sua religião.



b)  a educação

- O ideal educativo está expresso na “Oração fúnebre de Péricles” de Tucídides (464-410):

“Não educamos as nossas crianças por meios violentos; deixamos que livremente se desenvolvam até fazerem-se homens.  Amamos e cultivamos o belo [...]; amamos a verdade ...”.

Em Atenas, tal como em Esparta procurava-se formar bons cidadãos, mas tal educação era confiada à família. Ao Estado apenas competia cuidar dos institutos de educação física (palestras para as crianças; gimnasios para os adolescentes).

As donzelas e mulheres casadas viviam no gineceu; nem nas reuniões que o marido realizava em casa tomavam parte. Excepto às festas religiosas, as senhoras honestas raro apareciam em público.
Juridicamente a mulher e a criança estavam submetidas à tutela do homem. Se não tinha filhos podia a mulher ser devolvida à casa do pai.

Nos primeiros 7 anos, o cuidado físico (teophé) era a parte mais importante da educação (amas, geralmente escravas (...), canções de berço (...), jogos).
Aos sete anos começava a 2ª fase ( a paideia), instrução infantil que se estendeu aos adultos.
O ensino infantil (paideia) consistia no ensino musical que se dividia em gramática e música propriamente dita.
O gramático ensina a ler, a escrever e o cálculo.
O ensino da música , regra geral começava depois do da gramática.
A associação da música com a gimnasia deu lugar à dança ou orquéstica (movimentos rítmicos do corpo). Era essencial a pratica do pentatlo: salto, corrida, lançamento do disco e do dardo e o pugilato.
O ensino da adolescência. A efebia. A formação física destes completava-se nos gimnásios. O mais antigo era consagrado ao herói Academo; na época de Péricles construiu-se o de Lykeion, no santuário de Apolo Lykeios. Ao pentatlo juntava-se o pancrácio.


c) A casa e o vestuário, as refeições.

- não havia vidraças (só no tempo do Império Romano)
- casa do pobre e a do rico.
- No período ateniense passa-se a usar tecidos de lã (antes linho). As duas peças desta época era o chitom (túnica) e o himation ( manto).
- parca alimentação;  melhor nos dias de festa. Comia-se com as mãos.




Estoicismo (Zenão)

IV - A Filosofia e a cultura científica

e) A fase da crítica ou filosofia do espírito (cont.)


 - Apotese da vontade com o

Estoicismo  Zenão

·         Escritos de Zenão perdidos; conhece-se através dos discípulos muito posteriores.
·         O estoicismo é uma moral e uma religião, obra colectiva.
·         A verdade subordinada ao bem e ao útil (valor pragmático); a procura das causas primeiras subordinado ao “fim final” da vida. Tal fim é a virtude teórica e prática.
·         Virtude teórica (noções justas sobre as coisas).
·         Virtude prática: actuar segundo a Razão.
·         Toda a actividade deve tender a tornar-nos melhores.
·         As ideias não têm realidade objectiva: não existem nem fora das coisas (Platão), nem nas coisas (Aristóteles) – são abstracções.


Epicuro

IV - A Filosofia e a cultura científica

e) A fase da crítica ou filosofia do espírito (cont.)


Apoteose  da matéria e negação do pensamento substância em :

Epicuro

Inimigo da religião tradicional, prejudicial à felicidade.
Só a observação e o raciocínio nos livram da crença no sobrenatural.
O fim da ciência é subordinado à Vida – dar-nos a paz. Adoptou o sistema de Demócrito.
A matéria não é o não-ser de Platão, mas o princípio positivo e único das coisas, o substratum universal,  de que a alma, espírito, pensamento, são acidentes.

Aristóteles


IV - A Filosofia e a cultura científica


e) A fase da crítica ou filosofia do espírito (cont.)


Aristóteles

De Stagira. Descendente de família de médicos; daí a inclinação para a experiência.
Em 367 foi estudar para Atenas. Platão já era velho.
A partir de 334 ensino no Liceu, jardim de Atenas.
Com o Organon foi criador da lógica, embora já antes a Razão tivesse consciência dos processos empregados (discussão dos Eleatas, Pitagóricos, Sofistas, Socráticos).
(...)
A sua obra é uma enciclopédia do século IV.
Filosofia: ciência do Universal. A Filosofia, ciência do absoluto, de Deus.
Foi dogmático, porque  (...)? temos parte no intelecto activo, Deus, e daí conhecemos o absoluto.
Razão dá-nos a concepção das coisas como são.
Em Platão e Aristóteles apoteose do pensamento.
Escrito à margem: categorias (...) causas – 1 material, 2- formal, 3 – eficiente, 4- final. Deus: motor imóvel



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Protágoras/Platão


IV - A Filosofia e a cultura científica

e) A fase da crítica ou filosofia do espírito


Protágoras (tempo de Demócrito)

O mundo como metamorfose perpétua.
Relatividade do conhecimento sensorial.
A Razão dá-nos o imutável, mas como segundo Demócrito a reflexão é o prolongamento da sensação, o nosso conhecimento é incerto. Relativismo da verdade – o indivíduo é a medida do verdadeiro e do falso.
Negação da metafísica.
Que o homem se preocupe com o problema da felicidade.


Platão
De Heraclito recebeu a ideia da transformação perpétua; os sentidos nos enganam; que o imutável não está no sensível mas no Inteligível.
De Sócrates que nos podemos conhecer a nós e ao soberano bem, graças a um sentido interno infalível.
Do pitagorismo e dos eleatas tirou a ideia de que esse sentido interno  se pode afirmar não só como razão prática, mas como razão teórica, capaz de nos revelar o absoluto.
Tal como a geometria parte de dados inteligíveis, a filosofia platónica será uma ciência evidente e necessária. Essas intuições à priori serão as ideias, tipos eternos das coisas.
A ciência de Platão  é a ciência das ideias e chamar-se-á  dialéctica.






Evolução do pensamento filosófico (1ª fase)

IV - A Filosofia e a cultura científica


a) Origem do pensamento filosófico

b) 2 fases na evolução do pensamento filosófico

-  a 1ª da criação espontânea, votada à metafísica, à matemática, à síntese.
-  a 2ª à crítica, análise e aplicação da ciência à vida.

1 - a 1ª é dominada pelo problema do devir: os seus sistemas encerram em germe a hipótese monista e atomista.
2 – é de reflexão crítica , preocupada com os problemas da alma, com as questões lógicas e críticas, com o critério da verdade e o fim da existência.

c) Os milesianos
- Tales
- Anaximandro

d) O problema do devir e os três sistemas que pretendem resolvê-lo:
- o eleata
- o de Heraclito
- e o atomista

- o sistema eleta – Parménides (519-454) – o Ser é eterno, imóvel e uno; Zenão ( 468-33)  e os seus argumentos

 - Heraclito (apoteose do devenir)

O universo como “sopro quente”,  “fogo” em via de transformação  e que é eterno.
O rio da Realidade: o nada produz o ser e reciprocamente.
O devenir, luta de contrários.
Todas as coisas derivam do seco e quente e a ele voltam; tudo se transforma: o imutável não existe. Só imutável é a Lei que regula esse processus. É a Razão e só ela que apreende tal lei.

- O atomismo pitagórico (explicação do devir)
As coisas como números sensíveis
A Unidade absoluta e a unidade que se opõe ao ? , ou a Monada increada  e a monada criada.

- Demócrito (420 a.C)
- as moléculas dotadas de movimento determinadas por forças sem finalidades. Mas fala na “necessidade”.
- o vazio condição do movimento.

domingo, 9 de junho de 2013

A técnica nas civilizações orientais

A - A técnica nas civilizações orientais




1 – O Neolítico

- O Nilo: cheias.
-  A agricultura no oásis neolítico.
- A agricultura dependente das cheias.
- Criação de gado.        
- No Egipto rebanhos de antílopes e gazelas.
- Na Mesopotâmia uso da lã em 3000 e antes.
- Olaria: cozida;
- Textil: nas mais remotas aldeias neolíticas do Egipto e da Ásia Ocidental.
Contradições:
Necessidade de ocupar mais terra – guerra, fomes (...). Resolvidas pela revolução urbana.

2         – Calcolítico

A) O estádio aldeia é ultrapassado para a solução das contradições anteriores.
- Invenções sobre invenções que vinham de longe e se aperfeiçoam (6000-3000): boi, veado, arado, carro, barco, fundição
- Condições de riqueza do ambiente geográfico do Crescente e em torno do Iran e Índia.

     B) Testemunho arqueológico: Sialk
-Sialk no oeste da Pérsia (desde 4300)
- Não se sabe se atinge o início do Neolítico
Sialk I : gado, agricultura, barro cozido com decoração; casas de argila batida.
SialK II : casas de adobo seco ao sol; cavalos; cobre mais corrente batido a frio; fornos de louça cozida.
Sialk III: Cobre fundido; ouro e prata; louça à roda.
Sialk IV: 3000 - é colónia de Elamitas que tem escrita.
- Evolução idêntica na Síria e Assíria. Sincrónico com Sialk:
- Na Assíria antes de 3000: carros; cerâmica à roda; cobre e bronze. Imp  do Sumer . Ao mesmo tempo cidades no Sumer.

- Em síntese: nos 1000 anos do calcolítico:
Inventos antes de 3000)  espalham-se do Egeu à Índia// de 3000 a 2000 – ilhas Britânicas, China.
- Persistência do homem nos lugares habit:
Factores geográficos e económicos:
a)      A seca
b)      Esforço colectivo. No Nilo e Mesopotâmia (caça).
Povoadores de fora.
c)       Homem preso ao solo
d)      Árvores de fruto
    Divisão do trabalho: evolução da aldeia em cidade. Autoridade social sobre o indivíduo.

     C) Revista sobre os progressos:
1 – Metalurgia do cobre
- Procura de objectos mágicos (...)
2 – Arado – cerca de 3000 – Egipto, Mesopotâmia, Índia
3         -  Moeda – antes de 3000
4         – Navegação – à vela no Egipto e Mediterrâneo no  3º milénio e mesmo de 3500 a 3000. Sem vela Egipto logo próximo da Revolução neolítica.
5         Roda de oleiro
Começa cerca de 3500 (SialK)
No Egipto antes da dos carros: é da 3ª dinastia (2776)

D) Consequências sociais
Minados alicerces do matriarcado.
Necessidade de novos aliados para a sociedade como os operários itinerantes (estrangeiros).


3 -  Na Idade do Bronze (a Revolução urbana) – 3000-2000
                            
a)      De 4000 a 3000 difundem-se técnicas, ciências, crenças. Quebra do exclusivismo local e da rigidez das instituições.
- Onde o emprego ao máximo dos inventos se fez (Nilo, Mesopotâmia, Índia), onde em 3000 já há Estados. Vida complexa: variados objectos encontrados. Templos. Palácios. No ? povoações de mais de uma milha; casas de dois andares, ruas largas. Aumento da população.

b)      No Sumer
-  Os vestígios arqueológicos permitem seguir a evolução.
- A região: paraíso ao lado de deserto.
- Os primeiros habit. : cabanas de junco e tijolo de lama (aldeias Erech, Ur); emprego cada vez maior do cobre.
- Em Erech a certa altura vestígios de construções monumentais; um zigurate de blocos de lodo. Divindades concentram o excesso, considerados senhores do solo. Classe sacerdotal já no IV milénio. Planos de templos em placas.
- Administração da riqueza implica escrita (placa com sinal de sinete e cavidades).
- Documentos de pouco após 3000 compreensíveis.
- Na primeira metade de 3000: cidades
- Ur (99 ha )
- Muralhas de Erech e Ur envolvem duas milhas.
- Após 3000 o cemitério de Ur : ourivesaria; tecnologia notável do cobre, joalharia, escultura, harpas e liras.
- Vidrado transparente.
- Importação de minérios do Indo.

Consequências e contradições:
- Pequena classe que absorve produtos: reduzido mercado. O campesinato tem de procurar novas terras. Guerra. Surge o Estado.
- Escrita com evolução documentada até à ortografia reconhecida por todos. Documentos de barro que se conservaram.

c)       A revolução urbana no Egipto
- Coincide com Menes; na Mesopotâmia a união foi cinco séculos depois com Sargão.
- Não se pode seguir a evolução.
- Sílex no deserto; cobre mais tarde; no Sumer camponeses até tarde usam pedra.
- O faraó concentra o excesso de riqueza. O túmulo, símbolo da concentração.
- Também escrita e matemática.
- Sumer: unidade económica é a cidade com campos e aldeias; Egipto: unidade é o reino.

d)      Na Índia
- Ante de 2500 surge a civilização do bronze final com cidades industriais, com especialização e comércio de longo curso.
- Ilhas de cultura (...) , em meio do deserto e matos.
- O ambiente:  fraca pluviosidade, falta de madeiras, metal e pedra. Rios permitem o transporte.
- Grandes cidades.
- Tecidos de lã, vidro, carroças, barcos.
- Algumas cidades revelam um poder municipal (Harappa).

e)      Expansão da revolução urbana
- A importação comunicou a Nova Economia às terras próximas:
a) aldeias do Baluquistão
b) Sinetes mesopotâmicos na Ásia Menor e ilhas gregas (3000 a C.)
c) manufacturas egípicas na Síria e Creta.

- O exemplo de Biblos. Objectos de antes Menes lá encontrados. Escrita egípcia introduzida;  todavia cultura giblita permanece provinciana; conservam uma escrita egípcia arcaica por 1000 anos. Nesta expansão a cultura neolítica não é suprimida: carácter original das culturas.


       4 – Apogeu do Bronze (2000-1000)

- Durante o 2º milénio a cultura alarga-se muito.
- Apesar das perturbações, em 1500 as cidades são tão populosas como em 2500. Aumento mesmo da população. Nível de vida aumentado: 1800 -  casa de classe média em Ur.
- Melhoramento nos transportes: barcos de 120 pessoas no Egipto.
- Carro ligeiro de cavalos. Carro ao serviço dos poderosos – consolida autoridade dos Estados
 (estabilidade dos impérios Egípcio, Assírio, Hititas).
- Os progressos técnicos durante os quinze séculos do Bronze: além do carro ligeiro, armas mais perfeitas, os seguintes apenas:
1 – o número com valor de ordem
2 – o vidro                                            
3 – escrita alfabética
4 – o ferro
Causas que explicam a realização de tais progressos, apenas:
1 – Ciência desligada da oficina
2 – Atitude “escolástica” dos letrados
3 – Muitos escravos: não se reconhece a necessidade de alívio do trabalho.